Remindo o tempo



Quanto vale uma alma? Umas latinhas de cerveja, uns copos de caipirinha, um maço de cigarros, algumas alucinações, um punhado de maconha? Noitadas, entretenimento, fama, destaque, alguns minutos de admiração, olhares desejosos, títulos honoráveis e bajulações? Talvez um corpo em forma, tesão constante, orgasmos, uns beijos e amassos, algumas festas? Já sei: sentimentos de alegria, paz na família, riquezas, talvez um namorado? É você quem decide quanto vale sua alma. O que pedes em troca dela? Faça bem suas contas. Seja bem preciso na matemática, porque depois da venda, não há devoluções. Esteja certo disto: há apenas dois compradores de almas: um oferece muito em troca dela, o outro oferece o tanto de coisas que você quiser.
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“Somos criaturas sem entusiasmo, brincando feito bobos e inconsequentes com bebida, sexo e ambições quando o que se nos oferece é alegria infinita. Agimos como uma criança sem noção, que prefere continuar fazendo bolinhos de lama num cortiço porque não consegue imaginar o que significa a dádiva de um fim de semana na praia. Muito facilmente, nós nos contentamos com pouco”. – C.S Lewis.
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Não troquemos a glória e o privilégio de viver com Deus como seu filho amado por paixões e sensações! Não há sabedoria ou virtude alguma nisso. Apelo da mesma forma que Salomão em Eclesiastes apelou: volte para o Senhor enquanto se é ainda joven, pois a idade chega e a força desaparece. Importem-se com o Senhor enquanto ainda há motivo de alegria e não só de choro; enquanto ainda há chance de reconstruir algo, e não apenas de ajuntar cacos de uma vida de más escolhas. Enquanto houver lucidez e vigor, haverá chance de mudar e buscar. Vale lembrar que o corpo e a mente não nos obedecerão para sempre. Atire-se na Rocha antes que a Rocha caia sobre você, como diz o Ariovaldo. Entregue o seu coração para Cristo antes que ele se torne pedregoso.
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Estou escrevendo isso com um pesar no coração, ainda estamos de luto pelo trágico falecimento da amada Janaína, irmã do Luca. Infelizmente perdi por acidentes alguns conhecidos, amigos e familiares. Literalmente, tive a terrível experiência de em um dia estar conversando com a pessoa e no outro estar sentado ao lado de seu caixão. Para o morto, acabou, foi selado o seu destino, para os vivos, fica esta lição: um dia também estaremos em um caixão. Tragédias como esta nos chacoalham e dão uns tabefes. Quando escutamos que 30 mil morreram de fome na África no ano passado não nos comovemos muito, afinal estavam tão longe. Mas quando o amigo querido morre, todos choram. Não somos imortais, óbvio, mas muitos vivem achando que são.
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Entregamo-nos a vícios como se eles fossem amantes. Vivemos como se nossas escolhas nunca fossem trazer consequências. A juventude é a flor da idade, é maravilhosa, mas toda flor perde as pétalas e morre. É só uma questão de tempo.
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Faça o seguinte um dia, vá ao cemitério, sente-se em um túmulo qualquer e dali não saia até ter entendido que este será o seu último hotel. Você morrerá, tente entender isso. Aquele que não aprender a morrer não sabe viver, e esta é a primeira lição que o cristão aprende, disse o Caio. E diante da morte, muito pouco importa. Na verdade, apenas uma coisa importa: Se eu conheço a Deus e se Ele me conhece. Nada mais.
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Se os seus vícios e as suas escolhas não te matarem, o tempo vai. E uma vida mal vivida não vale o esforço. Por favor, não estou advogando suicídio, mas acho que estou tentando dizer que uma vida mal vivida é um suicídio.
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Salomão - suposto escritor de Eclesiastes - foi depressivo em suas observações. Ele diz que o quanto você estudou e trabalhou mais tudo aquilo que conquistou um dia vai virar nada, pó. Todo cuidado na alimentação e corpo para um dia morrer. Morre o doente e morre o saudável. Salomão, que tinha de tudo e sabia de tudo para sua época, possuidor de grandes riquezas, conhecedor de artes, esse mesmo homem disse: no final, tudo é vaidade. Todos morrem e o muito saber e o muito ter é enfado. A única coisa que vale é temer a Deus.
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Com isso quero lembrar ao leitor que eu e você morreremos. E daí?  A vida é minha e eu faço o que eu quero só é verdadeiro até certo ponto. A vida é sua, verdade. E será por mais ou menos uns 70 anos ainda. Mas e depois disso, de quem será? Para aonde suas escolhas terão o levado? Não deixe os vícios serem os seus guias. Não valerá a pena. Quantas tragédias ainda precisam acontecer para você entender? Saiba que a cada tragédia nosso relacionamento com Deus muda, ou para melhor ou para pior. Ou você se afasta de Deus em amargura e seu coração endurece e esfria, ou você se agarra mais ainda no seu relacionamento com Ele e é transformado. Quantos mais dos seus morrerem, para mais perto ou longe de Deus você andará.
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Agora que me convenci – e talvez a você também – de que todos morrermos, vamos pensar o que é prioridade. Malcolm Murgridge – um cara aí de quem curto pensamentos – disse, “Se Deus está morto, alguém deve tomar o seu lugar. Quem será? A megalomania? O erotismo? As ambições? ”. Ele está certo. Há um trono em nossa vida que nunca fica desocupado. Mas se Deus não está nele, quem – ou o que – está? Certamente vazio não ele não fica. No momento que destronamos Deus, elegemos carne como senhor soberano e sob sua tirania vivemos.

“Se o acaso é o pai de toda carne, então o desastre é o seu arco-íris, e quando você escuta: Estado de emergência; Bomba destrói escola; violência...não é nada mais do que o homem adorando o seu criador” - Steve Turner.

O poeta estava certo, pois se o acaso é o pai de toda carne, então o desastre é a sua manifestação criativa. Quando a carne reina soberana, a putrefação se torna sua glória. Se no trono eterno se sentar o homem, então o seu reino terá um fim desastroso. Quem se assenta no seu trono? Quem você adora?
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Não se engane, você vai sempre adorar algo. Sempre! Entende-se muito mal a palavra adoração. Adorar nunca foi chorar e elogiar Deus na segunda pessoa do singular. Muito menos cantar. Adorar é imitar. Quem adora imita. A menina que tem cabelo, roupa, trejeitos, atitudes e palavras iguais às da Lady Gaga adora Lady Gaga. Quem adora Cristo, venera, ama e imita Cristo. Assim simples. O que dizem suas imitações? De quem elas falam? A imagem de quem está sendo reproduzida em você? A quem pertencem as palavras que saem da sua boca? Qual é o combustível dos seus pensamentos? A quem você atribui suas paixões? Quem está assentado no trono da sua vida? Qual é o objeto de sua adoração? Por favor, não se engane, você, adora. Há um trono no seu coração. Há uma vontade soberana que reina a sua vida. Há vozes que gritam de dentro de você, mas a qual delas você atende?
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Diga-me no que pensas e te direi quem é o seu deus. Conta-me as paixões do seu coração e lhe direi onde Ele está. Porque nós adoramos aquele (ou aquilo) que consome nossos pensamentos todos os dias. A vida de cada um é um culto contínuo ao seu deus.
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(1) Nosso corpo é o templo, (2) nossas escolhas são o sacrifício, (3) nossos pensamentos são o louvor, e, finalmente, (4) a imagem que estas coisas produzem em nós é a imagem do deus que adoramos.
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Há mais do que sabedoria e mistério em jogo nesse papo de religião e espiritualidade. Não estou debatendo para saber quem tem a religião mais coerente, muito menos para saber quem tem a filosofia mais profunda. Estou tratando das palavras de Jesus Cristo, e de acordo com Ele mesmo, estamos tratando da salvação da humanidade. Veja bem, a questão nunca foi e se eu estiver errado, mas sim e se eu estiver certo. Liste as consequências de eu estar errado. Se Cristo não ressuscitou e se Deus não existe, então o que? Nada. Se fui enganado pelas palavras ousadas de Jesus, então pelo menos morrerei em paz, tendo mudado o mundo ao meu redor, dado sentido às coisas e crendo que verei meus amados, e no processo terei uma vida muito alegre, cheia de gozo, paz e convicção. Se fui de fato enganado, então nada mais me resta a não ser uma morte tranquila e uma esperança inabalável. Se a fé que Cristo nos ensinou não for verdadeira, pelo menos nos tornou em pessoas melhores e fez o mundo um lugar melhor.
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Um filósofo que gosto disse, “A pergunta mais importante para a humanidade é se há um Deus ou não. Pois se houver um Deus, então há uma maneira certa de viver a vida”.
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Pascal disse que a vida é um jogo de apostas. Se você apostar em Cristo, você ganha sempre. Se apostar no mundo, pode perder. Há muito mais do que razão em jogo. Não é dinheiro, propriedades nem orgulho que perdemos nessa aposta, mas o próprio Deus.
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Não perca seu tempo correndo atrás do vendo, pois, as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas, diz a palavra. Entenda que se suas escolhas não o matarem, o tempo vai, e naquele dia nada, do que você tem ou sabe importará, apenas quem você é. Não sejamos inúteis existenciais, não machuca buscar a Deus enquanto ainda há tempo. Faça bem sua contabilidade e decida se vale a pena trocar a alma por vícios.
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Guilherme Adriano


Comentários

Anônimo disse…
E' o que sempre digo.. Eu creio.. se eu estiver errada nao perderei nada
A Caminhada disse…
Guilherme,
Pessoal,

Mais outro post maravilhoso.

Esse tema é super interessante, mas para quem sente e tem Deus vivo em sua vida a preocupação com salvação e condenação passa a ficar em segundo plano, pois começamos a servir e imitar a Jesus não pela recompensa do pôs-morte, mas sim, por tudo de benefícios que trazemos para nossa vida terrena. Pelo menos é assim que me sinto.

Entendam que não tenho eu a petulância de me considerar digno da salvação, pois esse julgamento não me pertence.

O tema me preocupa quando penso em todos aqueles que me cercam, conhecidos ou não, pois temos dentro de nós a vontade de que ninguém se perca.

Que Jesus esteja cada vez mais presente em nossas vidas.

Tavinho e Cris
"mas para quem sente e tem Deus vivo em sua vida". Certo, e a única forma de ter Deus vivo em nossas vidas, é, de acordo com as escritueas, através do arrependimento e fé que redundam em o novo nascimento, sem o qual ninguém verá reino dos céus - Jesus Cristo.

Vocês são cristãos? Em outro comentário você postou que pertencia a outra religião.