Linguarudos do Reino?




Ah como gostaria de ter a chance de pregar essa mensagem a todos meus amigos, mas não tive essa oportunidade ainda, portanto deixarei ela aqui registrada. As palavras fortes são para admoestar e exortar, nunca para ofender, está escrito: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos”. Também “A repreensão penetra mais profundamente no prudente do que cem açoites no tolo”. De acordo com esses provérbios, quem é prudente aceita a repreensão e aceita a “ferida” do amigo. Portanto, leia com atenção, é para o nosso bem que escrevo.
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Antes de falar especificamente sobre a língua, como havia dito no post anterior, quero esclarecer algo. Uma vez me perguntaram se eu cria que as palavras tinham poder. Eu disse que sim. Agora deixe-me explicar que poder é esse que as palavras têm. O poder de que falo não é mágico, como se fosse um encantamento, mas é poder no sentido de capacidade.
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Veja bem, a palavra poder vem do verbo poder: Eu posso, tu podes, ele pode, ela pode...o poder que as palavras têm não é sobrenatural, é uma capacidade! Muitos associam a palavra poder à magia ou a milagres, mas não é esse o poder que as palavras carregam em si. Deixe-me dar alguns exemplos: um policial tem o poder de colocar pessoas na cadeia. Isso quer dizer que ele é magico, pois tem poder? Não! Apenas que o poder de aprisionar pessoas está em suas mãos. Um professor tem o poder de expulsar um aluno da sala de aula. Isso quer dizer que ele tem poderes mágicos? Não! Apenas que o poder de mandar alguém para fora foi conferido a ele.
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Um policial pode (tem o poder de) aprisionar alguém. Um professor pode (tem o poder de) mandar alguém para fora da sala. E da mesma forma, as palavras podem (tem o poder de) dar ou tirar a vida. Muitos cristãos falam do poder das palavras como se fosse algo mágico ou miraculoso. Creio que quase todo cristão já ouviu outro cristão dizer “misericórdia irmão, não profetiza isso!” Há um tempo atrás eu ficava irritado com tolices assim, mas hoje em dia quando escuto alguém dizer uma tolice dessas, apenas dou risadinhas.
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Então resumindo: As palavras têm poder? Sim! Elas podem muita coisa! Mas esse poder não é necessariamente sobrenatural.
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Está escrito: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. (Provérbios 18.21) A língua tem o poder de matar e de dar a vida. (Obviamente não está se referindo à língua órgão, mas à língua como o dom da fala, a capacidade de se comunicar).
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A língua pode matar de uma forma muito mais terrível do que uma arma de fogo. A língua mata a alma da pessoa e lhe rouba a dignidade e a alegria. Isso é muito pior. Já conversei com uma mulher que, depois de ter brigado com o marido, me disse, “eu preferiria ter apanhado do que ter escutado aquilo. As coisas que ele me disse, os nomes de que ele me chamou doeram mais do que ter apanhado!” O corpo sara e cicatriza relativamente rápido, a alma não. Portanto qualquer machucado na alma dói muito mais do que na carne. Um sofrimento psicológico e emocional contínuo, muitas vezes, dói muito mais do que o sofrimento físico. Esse é o poder que a língua tem sobre a morte e a vida.
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Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e também: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto ao seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar de tolo estará sujeito ao inferno de fogo.” Jesus aqui estava corrigindo os ensinamentos antigos dos dez mandamentos. Ele disse que não bastava apenas não matar o corpo, também não se deveria matar a alma. Proferir um insulto já é transgredir a lei; insultar alguém já é matá-lo. O poder de matar está na língua! A pergunta que eu lhe faço é esta: Quantas pessoas você já matou? De quantas pessoas você já roubou a dignidade e cometeu assassinato?
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Existe um ditado: “Há duas coisas que nunca mais voltam atrás, a flecha lançada e a palavra pronunciada”. Da mesma forma que a palavra pode matar, também está escrito que ela pode vivificar. Mas saiba, pouco adianta tentar ressuscitar (com palavras) uma vida que você matou (com palavras). Você pode conseguir perdão, mas dificilmente conseguirá confiança novamente. Digo isso por experiência própria, você pode conseguir o perdão de todos aqueles que você um dia matou com palavras, mas dificilmente eles confiarão em você de novo. As feridas fecham e param de doer, mas a cicatriz fica, e toda vez que olhamos para uma cicatriz a lembrança da dor volta, e com ela a sua tristeza.
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As palavras que você lança contra alguém não voltam mais atrás; o estrago que elas fizerem não poderá ser desfeito, poderá se perdoado, mas não desfeito.
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Quantas pessoas você mata por dia? Quantas vezes você mata a mesma pessoa por dia?
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Conheço mulheres que são praticamente zumbis; são um túmulo ambulante, carregam dentro de si uma alma morta; mulheres que foram vítimas de “homens” que assassinaram suas almas com insultos.
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Uma facada dói e sangra, mas em questão de minutos o sangramento para e em questão de meses cicatriza por completo. Um soco deixa hematoma, mas em menos de uma hora para de doer e com uma semana desaparece o hematoma. Um insulto fica cortando o coração por anos. Um insulto esmurra os pensamentos ininterruptamente. Os hematomas e as feridas de um insulto podem nunca mais passar. Nunca vou me esquecer daquela mulher chorando e me dizendo “queria que ele tivesse me dado um soco mas não me dito aquelas coisas”.
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Quão terrível é conviver com alguém que não freia sua língua. Viver sem freio na língua é o mesmo que dar um revolver para um criança de 3 anos de idade brincar: é viver na expectativa eminente de um tiro e uma morte.
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Também está escrito: “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade [...] a língua contamina o corpo inteiro [...] e põe em chamas toda a carreira da existência humana.” , “toda espécie de animais é domada pelo homem, a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero”. “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo corpo.”. (Tiago). O próprio Cristo disse “o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas é o que sai pela boca”.
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O que sai das nossas bocas não só nos contamina, mas também contamina os outros. “O poder da vida e da morte está na língua”, eu diria mais, o poder da morte, da desgraça, da inimizade, do ciúmes e da intriga está todinho contido em nosso coração e pronto para ser arremessado como granada pela nossa língua. A língua é quem tira do nosso coração as palavras e as arremessa contra alguém. Também está escrito “A boca do tolo é a sua própria desgraça, e os seus lábios uma armadilha para a sua alma” (Provérbios 18.7)
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Quantos inimigos você já se arranjou? Quantas mortes você já causou? Não deve ser assim! Peça a Deus um freio para a sua língua! Pense mais antes de falar.
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“Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!”. Apenas uma fagulha, uma faísca, é capaz de incendiar uma selva toda, assim também uma palavra, um insulto, pode incendiar uma vida toda e causar uma morte tão agonizante quanto a morte por fogo. Apenas um insulto! Uma resposta! Uma retrucada!
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Se você estiver disposto a perder seus amigos, seus relacionamentos e a sua vida, continue com a sua língua desenfreada, mais cedo ou mais tarde você achará o que está procurando: solidão e morte espiritual. Depois de você ter incendiado tudo com suas palavras odiosas, e nada mais houver além de cinzas, não adiantará chorar. O seu erro pode ser perdoado. Sim! Qualquer erro pode ser perdoado! Mas nem todos os relacionamentos podem ser restaurados. Está escrito que a “língua tem o poder da vida”, da vida sim, mas não da ressurreição. Aqueles que você já matou com palavras, dificilmente poderão ser ressuscitados para um relacionamento amoroso novamente.
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Um coração que está sempre maquinando tramoias, desejando a desgraça e planejando contra a dignidade e a reputação dos outros, é um coração que, segunda a Bíblia, é iníquo e Deus abomina.
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Deus tem sérias queixas contra fofoqueiros, maledicentes, brigões, mentirosos e encrenqueiros, pois assim está escrito: “Seis coisas aborrecem o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre os irmãos.” (Provérbios 6.16-19). Do versículo posso concluir que o tipo de gente que não pode ser chamado de filho de Deus, é gente orgulhosa/soberba, mentirosa, injusta, briguenta, gente que ama fazer o mal, e, de acordo com o versículo, o tipo de gente que Deus abomina: fofoqueiro (que espalha contenda entre os irmãos).
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A fofoca mata aos poucos. Um coração fofoqueiro é um coração maldoso; que deseja o mal aos outros. Uma língua desenfreada é uma arma carregada nas mãos de uma criança. Gente assim não pode habitar com Deus, e se torna desagradável e odiosa para os homens.
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Eis mais uma razão pela qual você precisa de Jesus. Você precisa de um coração novo; ao invés de tramoias, você precisa de compaixão; ao invés de língua maledicente, você precisa de língua que abençoa. Está escrito que “nenhuma fonte jorra água doce e salgada ao mesmo tempo, da mesma forma nenhuma boca pode proferir benção e maldição ao mesmo tempo”, ou o seu coração está cheio de compaixão, misericórdia e amor, ou está cheio de intriga, fofoca e maledicência, “porque a boca fala do que o coração está cheio”. O que você fala e o que você deseja para os outros é apenas um reflexo da situação do seu coração.
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Agora sinceramente meus amigos queridos, aceitem essas palavras duras , pensem e orem sobre elas; sinceramente, eu não sei o que vocês estão esperando para se entregarem a Cristo; eu não sei o que pode ser mais importante do que a sua alma; eu não consigo imaginar o que deve estar impedindo você de tomar essa decisão, mas o que quer que seja, tenho certeza que é algo destruidor. Lembre-se que está escrito que “seria melhor nem sequer ter ouvido a verdade, do que depois de ouvi-la, desobedece-la”. Meus amados irmãos, amigos, familiares e conhecidos, enquanto há tempo, tomem a sua decisão, pois quanto mais você protela mais o seu coração endurece e a sua consciência se cauteriza, e há a possibilidade de um dia você dizer “Ah, essas coisas nem são verdade mesmo!”
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Peça a Deus um freio para a sua língua antes que você incendeie todos os seus relacionamentos e acabe sendo odiado por justa causa.

Guilherme Adriano

Comentários

Samy Formigão disse…
Estava procurando um versículo e achei o seu blog. Incrível pregação... Muito obrigada pelas palavras abençoadas. Que lição inspiradora! Espero encontrar mais lições acompanhando seu blog.

A paz do Senhor!