Lamentações



Como os profetas de Israel, eu lamento! Ultimamente tenho tido mais motivos para lamentar do que para regozijar-me. Queridos amigos (e agora falo daqueles que me conhecem) espero que vocês não se encaixem nas descrições abaixo, mas se porventura se encaixarem, exorto-vos a que supliquem ao Deus Pai para serem diferentes; busquem mudança; arrependam-se dos seus pecados e sejam transformados à imagem de Cristo; filiem-se a Deus através do Cristo.

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De acordo com as estórias “faz de conta” o bem sempre vence o mal. Mas isso, é claro, só no final! Até o fim é o mal que triunfa! A frase “...e viveram felizes para sempre” aparece somente no final da estória depois de muita desgraça e tristeza. Ora, nisso não há nada de “faz de conta”, sabemos que é assim. Sabemos que o bem (Jesus) triunfará sobre todo o mal (pecado e forças das trevas), mas isso só no final! Até lá é a o mal que triunfa nesse mundo (e nós o sobrevivemos e o suportamos).

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Sabemos que “a luz resplandece e desfaz a escuridão”; que a luz triunfa sobre as trevas. Mas é claro, isso acontece apenas no amanhecer, ou seja, no final da noite!

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O triste das estórias com final feliz é que apenas o final é feliz, o começo e o meio são repletos de tristezas, tramóias e desgraças. A nossa realidade é assim: O final pode ser feliz, mas o começo e meio dificilmente o serão. Mais triste ainda é ver que muitos de nós preferimos um final terrível.

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Não estou sendo pessimista, estou sendo realista: Esse mundo odeia o amor; odeia as palavras de Deus; odeia a paz; odeia as virtudes. Você pode dizer “como pode você afirmar que as pessoas odeiam o amor? Que absurdo dizer isso!” Simples! Se eu vejo a maioria esmagadora dos seres humanos fugindo do amor (e de suas responsabilidades) logo concluo que as pessoas devem odiá-lo! Se eu vejo os seres humanos se tornando indiferentes à miséria e ao sofrimento, logo concluo que o amor não deva ser uma virtude muito desejada.

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Os homens odeiam o amor (e as suas responsabilidades) e preferem a paixão (e a sua libertinagem). O que muitos não sabem é que os apaixonados acabam divorciados, traídos, machucados, entediados e inimigos, enquanto os que se amam acabam “...felizes para sempre”.

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A maioria dos homens não está à procura de uma mulher, e sim à procura de algo que o faça ejacular, e para isso, uma boneca inflável ou uma revista pode ser tão útil quanto uma mulher de carne e osso. A prova de que os homens não estão em busca de uma mulher e sim de uma ejaculada, é que uma mão basta! Os homens estão trocando mulheres reais por mulheres imaginárias; companheiras reais por escravas virtuais; prazer por vício, e sexo por orgasmos. É triste ver que para muitos homens as características mais desejadas são as genitais.

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As mulheres trocaram a nobreza feminina pela futilidade; a beleza pela sensualidade; a virtude pela vaidade, e a fidelidade pela rebeldia. Quantas mulheres ainda querem um homem? Eu sei que muitas querem um macho! Mas quantas querem um homem? Outras mulheres já conseguem viver sem nunca terem de usar o cérebro, agora é só uma questão de tempo para elas substituírem-no por uma prótese de silicone. Da mesma forma, os homens também não usam mais o cérebro, apenas a cabeça.

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“Quando a moda é ser promíscuo os castos ficam de fora” - C.S. Lewis. E de fato, a nossa Moda é essa mesmo: ser promíscuo e lascivo. Analise bem o termo: Moda íntima. Sendo Moda (aquilo que se desfila em público) e íntima (aquilo que não se mostra em público), nos tornamos assim a “geração contradição”, aquela que transformou roupa íntima em roupa pública. Fomos até bem politizados no processo, chegamos a transformar órgãos genitais em órgãos públicos. Lamento a falta de limites; a falta de pudor; a falta de feminilidade e de masculinidade! Lamento e choro pela minha geração perversa e adúltera! Lamento pelos santos desse mundo que sofrem por isso!

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Diz-se por aí de muitos homens que “eles não prestam”, e de mulheres que “não valem nada”. Ora, o homem que “não presta” acaba se prestando a qualquer serviço para ser notado e admirado, e de igual modo, a mulher que “não vale nada” certamente se venderá por qualquer preço.

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Lamento que as mulheres se vendam por tão pouco hoje em dia: algumas horas de conversa, uns drinks e uma carona para casa! Lamento que os homens neguem a razão e se entreguem aos seus instintos animalescos, assim se tornando inferiores a um animal, e por conseqüência, corrompendo a natureza humana e abusando da natureza animal. Lamento que seja essa a situação da maioria! Não precisava ser assim! Se todos nós aceitássemos ao Messias de Deus e buscássemos o Seu Reino; se todos nós buscássemos a verdadeira natureza humana em Cristo Jesus! Ah se fizéssemos isso!

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Mas os homens odeiam Deus. Dizem que amam, mas agem como se odiassem. Ao contrário do senso comum eu afirmo que as pessoas odeiam as palavras de Deus, pois fogem delas, evitam, rejeitam e descartam-nas como “ultrapassadas, castrantes e incômodas”. Ah se nós fizéssemos como Davi que disse “tenho prazer na tua lei e nela penso dia e noite”.

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Os homens odeiam a paz! Você teria coragem de afirmar o contrário? Se você não concorda comigo, que evidências você pode me apresentar para me convencer de que os seres humanos amam a paz? Não falo agora individualmente, mas falo como raça: A raça humana odeia a paz e a harmonia. Não me alegra dizer isso, mas, deveras, a história pende a favor da minha opinião. Entra década sai década; vira milênio; passam-se os séculos e o homem se aprimora cada vez mais na “arte” da guerra (veja que transformamos a guerra em arte!). O homem ama a crueldade. Ele se entretém com ela; busca prazer nela; divulga ela; consome ela; aprimora ela; comercializa ela; pratica ela; desenvolve e cultiva ela. Como o filósofo disse: “a crueldade é o nosso passatempo favorito”. Como podemos afirmar que desejamos e valorizamos a paz quando os nossos passatempos e hobbies são repletos de violência, morte e sangue? Há algo de errado aqui! Vídeo games, filmes e músicas falam mais alto do que declarações pacifistas e discursos moralistas.

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Nós preferimos o caos à harmonia, a dissolução ao bom convívio, e se assim não fosse, como então explicar as nossas famílias e relacionamentos? Você consegue achar uma explicação lógica para as nossas famílias estarem do jeito que estão, outra do que a minha conclusão? Nós não gostamos da paz e do bom convívio; não apreciamos nem buscamos a harmonia, antes preferimos a confusão e a discussão! Isso é uma verdade, e provamos isso toda vez que discutimos! Quando você bate-boca com alguém você está provando que prefere a discussão à paz. Pense no número de chances que você perdeu de ficar calado e evitar uma discussão!

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Os homens odeiam a justiça e o perdão e preferem a vingança! Quando alguém te ofende, a sua vontade não é de retribuir na mesma moeda, muito menos de perdoar, a sua vontade é de humilhá-lo completamente e destruir a sua reputação! Quando alguém te humilha em público, a sua vontade não é de humilhá-lo também, muito menos de perdoar, a sua vontade é de matá-lo! Não queremos a justiça, queremos a vingança! Intelectualmente aceitamos o conceito do “perdão” e o tratamos como virtude, mas no fundo, o que mais desejamos é a vingança.

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Lamento que as crianças queiram ser jovens, os jovens queiram ser adultos, os adultos queiram ser jovens e os velhos queiram voltar ser crianças! A criança é ensinada a se vestir como adulto. O jovem é incentivado a permanecer criança e viver (sexualmente) como adulto. O adulto se comporta como jovem dissoluto, e o idoso é deixado de lado. Lamento essa crise de identidade e a falta de aceitação! Lamento que as pessoas não saibam mais envelhecer com sabedoria!

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A criança moderna é a dor e a vergonha da família. O jovem moderno é inútil e nocivo à vida. O homem moderno é macho, mas não é homem. A mulher moderna é uma múmia plastificada. O idoso moderno é uma conseqüência de tudo isso: um rio de mágoas, dor e desespero. Não precisa ser assim! Lamento que os homens “se fizeram inúteis”.

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Como professor, fico frustrado com essa geração de mente preguiçosa (a minha geração). Como cristão, fico frustrado com a superficialidade da fé evangélica. Como homem, fico frustrado pela falta de mulheres do Senhor. Como ser humano, fico frustrado com o meu coração rebelde. Lamento que sejamos assim! Não precisava! Pode ser diferente!

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Que triste ver crianças que não sabem mais se divertir sem eletrônicos; ver jovens que não sabem conversar nem ser amigos; que precisam de álcool, música alta e luz apagada para se sentirem à vontade. Que triste! Gente que não sabe conversar sem um mediador eletrônico. Gente que sem celular e internet não sabe o que fazer com o tempo livre. Será possível que nós apenas nos sintamos à vontade quando entorpecidos?

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Lamento que para muitos o pecado tenha se tornado apenas um mau hábito, e a santidade tenha se vinculado a halos, harpas e anjinhos nus.

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Lamento ter mais contatos no MSN do que em vida real; ter mais amigos no Orkut do que em vida real; ter mais seguidores no meu blog do que na minha congregação; conhecer mais leitores do meu blog do que da Bíblia. Lamento dizer que muitos têm a vida virtual mais intensa do que a vida real. “Examine-se cada um a si mesmo” e tome uma providência. Cristo disse que se tivéssemos fé “as montanhas pulariam no mar”, ora, como que a nossa fé vai “mover as montanhas” se ela não é nem capaz de desligar um computador?

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Não vejo solução fora de uma profunda e radical transformação espiritual, a qual Jesus deu o nome de “Novo Nascimento”, que é promovida pela ação do Espírito Santo de Deus. Nas palavras do Cristo, “Quem não nascer de novo não poderá ver o Reino dos céus”.

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Por todas essas coisas eu lamento profundamente.

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“Arrependa-se e creia no Evangelho” – Jesus Cristo.

Comentários

Halanna disse…
Muito bom!
Anônimo disse…
Guilherme,

As lamentações desse seu post foram muito fortes e com uma dose de pessimismo e desilusão muito grande.

Tentei encontrar uma passagem que li na Bíblia na qual nos somos alertados para não criar falsas expectativas, pois muitos não irão aceitar Jesus, mas não achei.

O mundo sempre foi palco no qual o homem trava suas lutas entre o que vem da carne e seu íntimo desejo de amar a Deus.

Uma luta desiquilibrada na qual a carne leva vantagem até que o homem conheça a Deus de verdade, o que agora podemos fazer através de seu filho amado, Jesus.

Desse ponto em diante a luta não termina, pois nossa carne ainda nos envolve, mas fortalecidos pelo Espirito Santo que em nós habita, a  balança pende de lado e o que era apenas íntimo e inconsciente passa ser claro: O amor de Deus por nós.

No seu post você exortou o rei Davi: "Ah se nós fizéssemos como Davi que disse “tenho prazer na tua lei e nela penso dia e noite”."

Lembro que até o próprio Rei Davi fraquejou e se deixou vencer pela carne pagando seriamente pelos seus erros (Samuel 12, 1-15).

Não percamos nossa fé e esperança. 

Se não podemos mudar o mundo de uma só vez, comecemos aos poucos. Primeiro por nós, depois em nossa casa, por nossos filhos, cônjuges e parentes, em seguida amigos e vizinhos e depois o mundo.

Enquanto o final feliz não chegar, rezemos a Deus para que não nos deixe cair em tentação e que nos livre sempre do mal. 

Amem.
Unknown disse…
Olá!
Que postagem bacana!
Deus o abençoe!
Seria um prazer te-lo como amigo no meu blog: http://rosebrytto.blogspot.com
Vivendo a fé!
Um abraço!