O que significa ser cristão?


Esse tópico já foi muito explorado e há vários textos, pregações e livros muito bons a respeito. Acredito que tudo que possa escrever já foi escrito ou pregado, mas me sinto na obrigação de desenvolver o assunto um pouco também, afinal, é sempre bom nos forçar a lembrar daquilo que nunca deve ser esquecido.

Saber definir e reconhecer o que é um cristão é uma das coisas mais importantes para essa geração de cristãos. No Brasil, se perguntarmos a quem quer que seja se se consideram filhos de Deus ou não, creio que a maioria responderá que sim. Mas se isso for verdade, Cristo mentiu. Se todos aqueles que se dizem cristãos são de fato cristãos, Jesus mentiu para nós. De acordo com a Bíblia, nem todos são filhos de Deus. Somos criaturas de Deus, mas filhos, só aqueles que reconheceram Jesus, o Cristo, como Salvador e único caminho. Pode parecer um tanto quanto chocante falar isso, mas é biblicamente incorreto (pelo menos na tradição protestante) dizer que todos são filhos de Deus. Isso deixou de ser verdade no jardim do Éden. Lá, quando caímos, deixamos de ser filhos, e agora para nos tornarmos filhos novamente, precisamos ser adotados. Na parábola do filho pródigo, somos o filho que não queria mais ser filho. Aquele que foi comer com os porcos e depois de perceber que estava no buraco, se arrependeu, voltou para casa e foi refeito filho. De acordo com a parábola, a condição para se tornar filho é o arrependimento e fé.

Antes de entrar na questão do que é ser cristão, gostaria de dizer o que não é ser cristão.

(1) Ser cristão não é acreditar que Deus existe. Você pode perfeitamente acreditar que Ele existe e ainda assim não ser filho d’Ele. Crer na existência de Deus não nos garante nada com respeito à salvação. Está escrito, “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem”. Você pode crer que Deus é um só, que o Seu Filho é o Salvador e que Deus é uma trindade, mas nada disso o concederá perdão divino. De acordo com o versículo citado, os demônios sabem disso tudo, todavia não há salvação oferecida a eles. Acreditar que Deus existe não muda nada. Pois me diga, acreditar que os médicos existem e podem curar, cura doença? Claro que não! Saber o nome do médico e onde ele trabalha não cura ninguém. Se você não for até lá e pedir ajuda, continuará doente.

Por favor, não se engane, crer e defender a posição teísta não é o suficiente. Da mesma forma que saber onde o médico trabalha não cura a sua doença, assim também saber que Deus existe não faz de você uma nova criatura ou um filho de Deus.

(2) Ser cristão não é ser simpatizante do Evangelho ou profundo admirador de Jesus. Isso não basta também. Você pode achar a mensagem de Cristo linda, sua filosofia de vida perfeita, seu caminho bom e suas palavras construtivas, mas isso não faz diferença alguma. Tiago escreveu, “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência”.

Aquele que apenas ouve e admira a palavra de Deus é como um homem que fica se olhando no espelho e se admirando: acha tudo muito bonito, fica muito encantado com o que vê mas não faz nada, e logo que se vira do espelho, esquece como era sua imagem. Quem contempla a palavra de Deus apenas, admira o Evangelho apenas, acha a mensagem de Cristo bonita e não a pratica é assim, como um homem que gosta do que vê, mas não conhece a essência do que está vendo. É como um homem que acha a capa de um livro maravilhosa e nunca o abre para lê-lo, perdendo assim os benefícios do seu conteúdo. Não adianta achar as palavras de Cristo bonitas, é preciso praticá-las.

Também mão adianta ser admirador de Jesus. O próprio Cristo diz que se é preciso conhecê-lo, relacionar-se com Ele – afinal, os cristãos dizem que ele ressuscitou e vive. Uso do mesmo exemplo que usei antes, o do médico: se você estiver doente, não basta admirar o trabalho do médico. É preciso marcar uma consulta, escutar o diagnóstico, comprar os remédios e seguir o tratamento, de outra forma você nunca será curado.

Você pode achar que Jesus foi o homem perfeito, o exemplo a ser imitado, o ensino que deve ser praticado, mas se você não o amar, confessá-lo como Senhor e Salvador e buscá-lo em oração; se você não deixar Ele trabalhar no seu coração e libertá-lo de suas paixões, de nada valerá sua fé.

Você pode dizer que conhece Jesus Cristo, mas se Ele não te conhecer, é inútil a sua fé. Cito Paul Washer sobre o assunto: “Você pode chegar nos portões da casa branca e dizer aos seguranças que conhece o presidente, mas se o presidente não vier até o portão e dizer que lhe conhece, você não entrará de maneira alguma! O que importa não é você dizer que conhece o presidente, mas é ele dizer que conhece você”. E de fato, é assim que está escrito, Cristo dirá aos que serão rejeitados: Nunca vos conheci, apartai-vos de mim. 

Então a questão não é dizer que conhece Jesus nem mesmo ser seu admirador, a questão aqui é conhecer e ser conhecido por Jesus. A única forma de ter essa certeza é através da devoção e do misticismo cristão. Gastar tempo em oração e contemplação. Apresentar-se a Ele diária e constantemente levando seus pensamentos e vontades a Ele. Viver com Ele, para Ele e por Ele, em arrependimento, humildade e amor. Portanto, ser cristão não é admirar Jesus, é ser conhecido por Ele e relacionar-se com Ele.

Lembremo-nos de que Deus é um Pai que quer mais e mais filhos. Filho que não conhece o pai é filho bastardo, e filho bastardo não tem parte na herança nem na comunhão – e disso sei bem, nunca conheci meu pai terreno. Deus não tem filhos bastardos, apenas filhos verdadeiros que o amam e o conhecem e são conhecidos por Ele. 

Filho de verdade ama e conhece o pai. Pai de verdade se relaciona com o filho. Se não for nesses termos, a fé bonita que Jesus ensinou se torna morta, apenas uma religião, mais uma tradição, e disso o mundo está cheio.

(3) Ser cristão não é pertencer a uma igreja, muito menos frequentar um culto de vez em quando. Veja bem, se frequentar uma igreja me faz cristão, frequentar uma delegacia deveria me fazer um policial (ou bandido!). Você pode dizer, “mas é óbvio que sabemos que ir para a igreja não nos torna cristãos”. Mas se sabem disso, por que agem como se não soubessem? Por que fora da igreja são uma coisa e dentro outra? O tipo de pessoa que você é sentado escutando um sermão não é o mesmo tipo de pessoa que dá risadas na sala de aula ou no trabalho, é? Se for, que bom – ou não. Enfim, ser cristão não é frequentar cultos e encontros.

Imagine quão infeliz seria o relacionamento com seus filhos se eles apenas o visitassem uma ou duas vezes por semana com hora marcada, local fixo, repertório ensaiado, conversas decoradas e uma baita hipocrisia! Creio que você seria o pai mais infeliz do mundo e tentaria de tudo para abrir os olhos do seu filho e lhe dizer o quanto esse tipo de relacionamento está prejudicando os dois. Não se vai à igreja, se é igreja! Nós somos igreja. Nosso corpo é o templo, nossa vida é o culto, nossas escolhas são os sacrifícios e nossos pensamentos são os louvores. Tudo isso me está muito claro e evidente no Novo Testamento.

Se a igreja é a casa de Deus e nós somos a igreja, faça a matemática! Se nós somos a igreja, então é errado afirmar que vamos à igreja. Antes, nos reunimos como igreja e vivemos como igreja. Está escrito, “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós” e “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Pedro escreveu que “somos pedras vivas”, e juntos formamos “casa espiritual” de Deus, e quando “estamos reunidos em Seu nome, ali no nosso meio Ele estará” e ali será uma igreja. O galpão onde a congregação se reúne é apenas um galpão. Bonito, mas só um galpão. Não há nada de especial ou de ungido onde se congrega. Está escrito, “Deus não habita em templos feitos por mãos de homens”.

Deus não dorme no galpão da congregação, ouviu? Deus deixou de morar em lugares fixos desde a cruz, quando o véu se partiu e o templo rachou no meio. Não há mais lugares santos, apenas pessoas santificadas, e onde quer que essas estejam, ali estará Deus. O reino de Deus não é desse mundo, portanto, não tem sede fixa. O reino de Deus, como Cristo falou, estaria em nós e o levaríamos para onde quer que fôssemos.

Nós somos o lugar onde Deus quer ser cultuado. Ele quer fazer parte de nossos relacionamentos e atividades. Deus, sendo Pai, quer estar com seus filhos em todos lugares, em todas situações. Se você não pode carregar Deus para onde vai, reconsidere sua filiação; repense quem é seu Pai. Luz e trevas não habitam juntas, o Reino de Deus e o reino do príncipe desse mundo não podem estar ao mesmo tempo no mesmo lugar.

Ser cristão não é ir para a igreja nem frequentar cultos, mas sim ser igreja e prestar cultos todos os dias, em todos os tempos, em todos os lugares e de todas as formas.

(4) ser cristão não é ter uma religião ou fazer parte de uma família religiosa. Fé não é doença hereditária, não passa de pai para filho. Fé também não é sexualmente transmissível. O fato de você dormir com um cristão não faz de você um. Do que importa seu pai ser católico ou sua mãe protestante? A fé deles não pode lhe salvar. Fé é decisão bem ponderada e muito pessoal. 

Deus não forçaria ninguém a entrar no céu, pois ser forçado a morar no céu contra a própria vontade seria um inferno.

(5) ser cristão não é ser uma boa pessoa. Há vários livros e artigos de ateus intitulados “como ser bom sem Jesus”, ou “não precisamos de Jesus para ser boas pessoas”. Ora, e quem disse que é para isso que precisamos de Jesus? Não há visão mais errada e mais distorcida do Evangelho ou do que Jesus está oferecendo do que esta: que precisamos de Jesus para sermos boas pessoas. Jesus não veio aqui nos ensinar moralidade. Ele não veio simplesmente nos dar um bom exemplo e contar umas historinhas. Quando um cristão diz que você precisa de Cristo, não é porque você é mau e precisa ser bom, mas é porque você está espiritualmente quebrado e precisa ser consertado.

Não somos bons o suficiente para não precisar de ajuda nem demasiadamente maus para que não haja esperança. Se você pudesse conversar com os homens e mulheres mais nobres, mais bondosos, amorosos e lhes perguntasse o que achavam de si mesmos, não ouviria grandes coisas.

Paulo disse que se considerava o maior de todos os pecadores. Pedro se considerava indigno de morrer como Cristo morreu. João Batista, homem elogiado por Jesus Cristo, disse que não seria digno de lhe desamarrar as sandálias dos pés. Gandhi não tinha uma imagem muito positiva de si mesmo e se punia. Os grandes filósofos partiam da afirmação de que eram grandes nadas. Todos os grandes desse mundo se achavam pequenos. Hoje penso que ser uma boa pessoa começa por entender que não se é uma. 

A luz não está em você. Nunca esteve. Se estivesse, você já teria sido liberto. Se a luz estivesse em nós, já teríamos dado um jeito de consertar o mundo, e há milênios isso aqui só piora. Quando Deus olha para o mundo Ele vê “que a maldade do homem se multiplica na terra, e que é continuamente mal todo o desígnio do seu coração; Ele se arrepende de ter criado o homem”.

Não sou um homem bom, mas sou um homem arrependido. Não sou justo, sou justificado. Não sou santo, sou santificado. Não sou perfeito, mas estou sendo aperfeiçoado. Não mereço entrar no Reino de Deus, mas posso. O espírito de Deus opera todas essas coisas em mim. Eu não atrapalho o serviço e Ele me transforma.

Mas se você se considera uma pessoa boa, não quero contrariá-lo. Um dia você dará um jeito de se convencer de que não é. Um dia você perde a fé em si mesmo. 

Não preciso de Jesus Cristo para ser bom, preciso d'Ele porque nunca serei bom suficiente. Portanto, ser cristão não é ser uma pessoa boa, é ser uma pessoa arrependida e transformada pelo Espírito de Deus.

Então em ordem para resumir: Ser cristão (1) não é acreditar que Deus existe, (2) não é ser admirador de Jesus, (3) não é frequentar uma igreja, (4) não é ter uma religião e (5) não é ser uma pessoa boa.

Mas então o que é ser cristão? Resumidamente, ser cristão é amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo seu entendimento e de toda a sua força. Você ama a Deus dessa forma? Porque esse tipo de amor muda nossa personalidade profundamente, e sinceramente, só você vai realmente saber responder a essa pergunta.

Ser cristão é ser filho de Deus, e filho ama o Pai, e por isso, obedece e serve os outros pelo simples prazer do dever do amor. Filho verdadeiro ama fazer a vontade do Pai, e o Pai se agrada do filho. Sempre me julguei assim: se tento honrar a Deus com todos meus pensamentos, ações, palavras e faço tudo movido por um grande amor e gratidão ao que Jesus fez pela humanidade, então sou filho de Deus.

Guilherme Adriano

Comentários

L.P.Faustini disse…
Muito bom Adriano,
Gostaria de pedir permissão para colocar este texto no meu blog, apontando para o seu blog. Poderia fazer essa concessão?
Obrigado!
Conciso e consistente, muito bom!
Me lembrou de um livro que li a algum tempo "Pq sou cristão - John Stott" Vale a pena a leitura =]
DTA, Guigo.
Claro que pode irmão Faustini.
L.P.Faustini disse…
Eu só acho Guilherme quanto à característica (5) é que o cristão nunca se acha bom, do contrário ele é soberbe. O cristão é bom (acho que eu nunca vi um cristão mau), mas nunca sente que a bondade dele é suficiente. É o que nos torna humildes e cristão é ser humilde. "Que sua mão direita não saiba o que fez a sua mão esquerda", não é verdade? "Faça as boas obras em segredo"

A paz!
Unknown disse…
glória a Deus, todo o cristão genuíno acetaria de boa fé esse seu post...
L.P.Faustini disse…
Salve Guilherme,

Estou aparecendo aqui novamente pois gosto de discutir esse assuntos. E já que sua postagem está no meu blog...bom....

Você disse que Jesus não nos ensinou a ser bom....não sei se devemos fazer essa afirmativa. Creio que Jesus tenha nos mostrado o caminho para ser bom, o exemplo típico é o capítulo do bom samaritano. Lembre-se que os samaritanos eram considerados impuros. Jesus não escolheu o "samaritano" por acaso. Ele quis nos mostrar que mesmo o considerado "impuro" pode trilhar seu caminho para a iluminação, deixando o espírito entrar nele. Creio realmente que não somos bons, mas o esforço de nos tornamos assim pode nos transformar. Muitas vezes nunca tivemos oportunidade, por exemplo, de ajudarmos alguém, seja por desmotivação, ou por sempre olhar para o seu próprio umbigo. Mas conheço pessoas que depois que fizeram um voluntariado, se transformaram completamente! É lógico Guilherme, as boas obras só são "boas" se o coração é bom. Muitas vezes ele tá enferrujado, preciso de uma polida. Acho que isso as igrejas podem e devem fazer com os fiéis. Ajudar nos transforma.

Um abraço!
Concordo com você, por isso escrevi "Ele não veio simplesmente nos dar um bom exemplo...", "simplesmente" implica que além do exemplo e do caminho há mais.

Fico agradecido que você tire o seu tempo para conversar esses tópicos.

Concordo com 100% do que você disse.
Anônimo disse…
Creio que a humanidade está no caminho mais adequadp a si mesma e a tudo que a rodeia. Veja bem: "Creio...", que é bastante diferente de: "A realidade é...".

Qual a maneira cristã radical (no sentido raíz da palavra) ao tratar da rebeldia das massas (que podem muito bem estar insatisfeitas com as conddições atuais de justiça e verdade), mas são presas e exiladas do convívio por serem focos de pestilência, mesmo que o foco de sua rebelião fosse a própria pestilência (carne subretudo) biblicamente tidas como erradas?

Gostaria que lêsse e transformasse minha pergunta detalhadamente num post... Para resposta aqui ou publicação no blog, pois vários seguidores de Cristo que vêem que "algo está errado até mesmo com os cristãos!" precisam vir a saber. Junta-se os sérios aos sérios e aos piadistas, deseja-se... a mão e apoio divinos, de Deus e de seu eqüiparado filho Jesus Cristo.)

Entenda com isso que falo: o bonvir de minhas intenções, por amor àquele que nos diz, a tênue linha entre líderes e seguidores, exatamente o QUE nós somos... e nos limpa... a troco de muito pouco que possa nos causar sofrimento merecido.
Desculpe, mas acho que não entendi a sua pergunta.

O comentário está um pouco confuso, você poderia escrevê-lo novamente?

Obrigado.
Marcos Crecchi disse…
Graça e paz filho do eterno! Excelente texto, a igreja contemporânea precisa desse cristianismo prático.
Anônimo disse…
o que acontece no meio do sistema religioso em geral é que quem entra no sistema fica escravo do sistema, quando eu sai fora que eu vi a real situação dos que estão dentro,a pessoa fica egoista, o proximo não faz sendido algum para ele só pença em prosperar, materialmente, a salvação fica em ultimo plano, não estou generalizando mas é a regra não acham?
Um teólogo disse que mais ou menos a cada 500 anos a igreja teve uma grande revolução e se dividiu. Pelas contas, estamos às portas disso aí. O número de evangélicos sem igreja cresce muito, segundo algumas revistas nacionais, mas o número de conversões à fé cristã evangélica continua crescendo de igual maneira. Mais conversões e menos para igrejas. Segundo Peter Jenkins, no seu aclamado "A próxima cristandade", o futuro do cristianismo está na américa do sul e na áfrica. Da europa está sumindo, nos EUA está em crise, mas na américa do sul, áfrica (e também china!), cresce como nunca!

Agora, o que vai sair de tudo isso...não sei. Tenho medo às vezes. Não sei mais o que pensar da situação da igreja e nem quero. Já estou fora há tempo. E, sinceramente, não quero mais voltar. Cristão, sim. Parte da Igreja, sim. Congrego, não. Não consigo. Mas não conselho ninguém a ser como eu.
Anônimo disse…
Muitas pessoas hoje se encontram nesta situação, sendo igreja não querem se reunir como igreja. Refletindo sobre o porquê concluo que esta postura não é fruto do acaso, mas o efeito de uma frustração, que, dada a atual condição da própria igreja, julgo ser uma maneira de tentar se proteger e guardar a própria fé.
Quem alguma vez pôde dizer “essas palavras são espírito e são vida” não se contenta mais com palavras mortas, a menos que sua fé esteja firmada em algo que não o verdadeiro evangelho. Também é provável que as pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelo evangelho tenham experimentado a alegria da comunhão com os irmãos, o que para mim se traduz em partilhar a vida com pessoas que carregam o mesmo tesouro que eu, a presença de Cristo (seu Espírito e a sua lei).
Se amamos e conhecemos a Deus verdadeiramente, amamos a Jesus. E se encontrássemos Jesus na vida de todos os que o professam o desejo pela comunhão não deveria ser algo natural?
Lamento já não encontrar Jesus na vida de muitas pessoas que conheci e aprendi a apreciar. Igualmente reconheço os momentos em que eu deveria tê-Lo demonstrado a outros e também falhei. Por outro lado, me alegro em continuar vendo-o na vida de algumas pessoas, que, aconteça o que acontecer, seguem testemunhando Dele com sua vida e palavras...
Unknown disse…
Olá. Excelente post. Posso utilizar como base para montar um vídeo explicativo sobre cristianismo? Citarei a devida referência.
Claro, fique à vontade.
Apenas me mande o link depois para assistir :)