Profundamente superficiais 2 (Uma crítica respondida)


Este post é uma resposta a uma crítica/pergunta (não ficou clara a intenção do autor) que recebi há pouco tempo.

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Gostaria de escrever a respeito do “radicalismo” cristão, e espero que com este post possa responder a três perguntas.

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1ª – O que é ser um cristão radical?

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2ª – Por que é necessário ser radical?

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3ª – Quais são as conseqüências de não ser radical?

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Primeiramente, não podemos confundir “radicalismo cristão” com “fanatismo religioso”.

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Deixe-me explicar.

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1ª - O termo “radical” é o termo que melhor descreve a atitude que um cristão deveria ter com respeito aos ensinos de Jesus Cristo. Em latim, radical é: radicale, da raiz, referente à raiz; fundamental; essencial; indivíduo defensor de reformas profundas e revoluções. (Dicionário Online).

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Portanto, ser um cristão radical é ser alguém que não se contenta com a superficialidade e a mediocridade, com respeito a fé. Ser radical é buscar a sabedoria de Jesus Cristo direto da raiz; é criar raízes em suas palavras; é basear sua vida no fundamento, que é Jesus Cristo, tornando-O essencial/central para a sua existência; ser radical, de acordo com o significado correto da palavra, é ser defensor de reformas profundas (na sua alma) e participante de grandes revoluções (internas); ser um cristão radical é cortar o mal (pecado) pela raiz, e se entregar profundamente/radicalmente a Cristo.

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O radicalismo cristão não é uma atitude que você tem com os outros, é uma atitude que você tem CONSIGO mesmo. Essa atitude pode e deve ter conseqüências exteriores, mas primeira e necessariamente, é uma atitude interior para consigo. Um rápido exemplo para deixar mais claro o meu ponto: Se bebida alcoólica me faz pecar, eu não sairei pregando que “beber bebida alcoólica é pecado” e enchendo os ouvidos dos meus amigos que bebem, mas EU, PESSOALMENTE, nunca mais colocarei uma gota de álcool na minha boca. Isso é ser radical!

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A autodisciplina, a modéstia, os limites, o domínio próprio, a mansidão e a lei de Deus são PARA MIM, e nesse sentido serei extremamente radical/profundo/essencial, pois é sobre MIM que Deus põe essas responsabilidades, como quando Ele disse a Caím: ...eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, MAS A TI CUMPRE DOMINÁ-LO. (Gênesis 4 : 7). Paulo também era radical, da forma certa: Mas esmurro o MEU corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado. (1 Coríntios 9 : 27). (Os calvinistas odeiam esse versículo).

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Eu até diria que há dois “radicalismos cristãos”, o para consigo mesmo e o para com os outro. O primeiro foi o citado acima. O segundo seria este: O amor, a paz, a longanimidade, a bondade, o respeito e o consolo são para os outros, pois este fruto, o do Espírito Santo, Ele nos concede para que possamos “alimentar” os outros, e, com uma vida transformada e um caráter renovado, indiquemos o caminho do Reino. E nesse aspecto também serei radical.

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O radicalismo cristão redunda em autodisciplina para consigo (pois afinal não quero pecar) e amor intenso para os outros (pois afinal quero praticar o que tenho aprendido). Diferente das outras religiões, o cristianismo BÍBLICO é a única religião que se levada a sério, resulta em bens para todos!

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Gostaria de reforçar o apelo: não confundam “radicalismo cristão” com “fanatismo religioso”. Um desses termos leva o homem a evitar o pecado e a se conter, o outro leva o homem para as ruas com alto-falante; um desses termos leva o homem a pensar duas vezes antes de aceitar um convite para ir a uma festa, e o outro leva o homem a dizer que “festas são proibidas”; um desses termos leva o homem a esbanjar amor para os outros e contenção para si mesmo, e o outro termo transforma o homem em um “policial religioso”. Conseguem perceber a diferença?

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O mundo deveria se alegrar com a existência de cristãos radicais, pois sem eles, ainda viveríamos em uma sociedade bárbara, foi só por causa da doutrina de Jesus que a idéia de que somos iguais aos olhos de Deus hoje em dia é tão bem difundida. (não adianta chorar e dizer que esse crédito é de Buda e alegar que o Budismo veio antes que o Judaísmo e o Cristianismo, primeiro porque Deus falou pelos seus profetas muito antes de haver Budismo. Logo após o dilúvio, que é um fato cientificamente comprovável e aceito por toda a sociedade geológica mundial sob o nome de “catastrofismo”, houve um sobrevivente, Noé, e esse andava com Deu, logo, o crédito da mensagem é do Deus Trino de Israel. Segunda questão é: para reivindicar credibilidade de uma doutrina, deve-se agir conforme a tal; Deus se entregou como sacrifício, morreu morte de cruz em nosso lugar; um justo morrendo por injustos, assim provando sua mensagem de amor. Buda morreu meditando. Falar de amor é fácil, o difícil é amar! Logo, afirmo categoricamente, que graças ao Deus de Israel hoje vivemos em uma sociedade que valoriza a vida, e graças aos cristãos radicais essa mensagem foi espalhada no mundo inteiro.)

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2ª – Por que é necessário ser radical? Pois quem não está enraizado no Evangelho não subsiste a esse mundo mal.

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De acordo com a parábola do semeador, quem não é radical, desfalece à primeira perseguição. “...ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas estes não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, mas na hora da provação se desviam.”. Quem não é radical (para consigo mesmo), quem não tem raiz (no Evangelho), morre espiritualmente seco!

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O incrédulo diz que “ser um cristão radical” é ser “fanático”, e nisso, erra grandemente! Os evangélicos dizem que “ser um cristão radical” é sempre dar o dízimo, não importa a dificuldade, sempre ir aos cultos, não importa a ocasião, e fazer muito barulho em nome de Jesus, e fazendo essas coisas, pecam grandemente! O que importa mesmo é o que Jesus Cristo disse, e Ele disse que “ser um Filho de Deus radical”, é ser um homem que tem raízes na Palavra de Deus.

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Vale a pena lembrar que é pela raiz que a planta consegue seu sustento; é pelo radicalismo na palavra de Deus que o cristão se sustenta, portanto eis aí a necessidade de raízes.

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3ª – Quais são as conseqüências de não ser radical? Inúmeras, mas dentre as mais perigosas, é o que Deus falou no livro de Apocalipse 3 : 15-16 “Conheço tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.”.

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A conseqüência de não ser radical é ser vomitado da boca de Deus naquele dia.

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Não se contente com a superficialidade religiosa, crie raízes no Evangelho e descubra o Jesus Cristo real.

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Radical? Sim! Fanático? Não! Intolerante ao pecado? Sim! Intolerante ao pecador? Nunca! Mente fechada? Para a morte, sim, para o resto, não!

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Então por favor, pense bem antes de usar argumentos emprestados, frustrações pessoais e insultos clichês como forma de crítica. Também peço que antes que vocês procurem alguma coisa que os incomode nesse texto, para então poder comentar algo absurdo e fora de contexto, procure entender o que está escrito! Considere! Pense! Pensar não é pecado, e ser radical, faz bem para o crescimento espiritual!

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Espero poder ter respondido às três perguntas iniciais.

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Que Deus nos abençoe e nos amadureça.

Comentários

Unknown disse…
eu era morno, e só o espírito santo para criar humildade no meu coração o bastante, para me convencer que eu estava totalmente errado.