A beleza física encanta por um tempo, a
virtude mantém a pessoa encantada. Beleza física é como um ímã, atrai. Virtude
é como superbonder, gruda tão bem que
mesmo quando ímãs mais atraentes passam perto, ela não deixa desgrudar.
É claro que você, Vinicius de Moraes, está certo, a beleza é importante sim. Dos cristãos,
acho que só alguns pentecostais ‘do fogo’ diriam que aparência não importa mesmo,
e só o que importa é virtude. Isso é besteira. Se fosse assim, Deus teria
criado almas desencarnadas e não pessoas com pernas, bunda e rosto. Porém,
apesar de ser importante, a aparência não é o mais importante – pelo menos não para um relacionamento gostoso. Para
umazinha, uns amassos e afins, só o que conta é a casca mesmo, mas para se ter
um relacionamento gostoso, confortante e que nutra sentimentos, aparência é importante
e virtude é essencial. Dá pra ser amado, desejado e feliz sendo feio, mas não
dá sendo canalha.
Olha, já conversei com mulheres que
fizeram seus anos de academia e embelezamento desaparecer depois de cinco
minutos de conversa. Assim também como já passei a olhar outras, consideradas
feias, com outros olhos depois de conhecê-las. Não quero soar preconceituoso
nem insensível, mas não tem como falar disso e não parecer. Não estou
defendendo a tese de que a beleza está nos olhos de quem vê, pois se sabe que
há padrões estéticos universalmente considerados belos. Contudo, dá para ser
feio e atraente, mas não dá pra ser canalha e bonito por muito tempo. Para
exemplificar, diga-me, quem nunca comeu comida muito cara e muito linda que
tinha gosto de pé suado? E quem nunca comeu comida feia e duvidosa – na casa da
vovó – que era a melhor coisa do mundo? Pois é.
Pense assim: fatalmente, todos ficarão insuportavelmente
feios e fedidos com a idade, mas nem todos serão percebidos assim. Eu diria que
a beleza interna transforma (até certa medida) a externa, e a feiura interna
destrói (completamente) a beleza externa.
Também penso que só se conhece alguém
de verdade depois de ver a pessoa se arrependendo, orando de todo coração ou
com muita raiva. Nessas situações, eu, pelo menos, consigo ver o sapo virando
princesa ou a deusa grega virando dragão.
Maninhos e maninhas, vamos investir no superbonder também, porque de ímã
atraente o mundo está cheio.
N'Ele que tudo gruda e ensina a enxergar.
Guilherme Adriano
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