O Papa é Pop

Humberto Gessinger estava certo, ele é pop mesmo. Tão pop que atraiu tanta gente quanto os Rolling Stones!

A visita do papa ao Brasil foi a prova de que o Brasil não muda porque não quer. Viram quanta gente se mobilizou e trabalhou junta para que essa visita acontecesse? Imagina todo esse esforço e empenho em prol da justiça social. Imagina toda essa gente junta fazendo caridade, limpando a cidade, melhorando a escola, enfim...

Agora, agravemos a situação: imagine todos os evangélicos que se reúnem na marcha para Jesus e eventos gospel mais essa gente toda que se mobilizou para ver o papa. Deu pra imaginar quanta gente isso dá? Agora imagine toda essa gente unida fazendo caridade. Pois é, muita gente, não? Mas ao invés de imitar Jesus, a massa cristã prefere se reunir para adorar homens de carne e osso – tanto evangélicos quanto católicos. Uns adoram a personalidade dos astros gospel e de pastores show, e outros se reúnem para adorar a figura histórica (e tenebrosa!) que ocupa o papado! O Brasil não muda porque o brasileiro não o quer mudar, ponto – afinal, o que houve com os protestos? Acabaram? No que deu todo aquele auê? Como havia falado há um mês, não bastava o ‘gigante acordar’, mas devia ‘levantar da cama e ir trabalhar. Um gigante acordado é tão útil quanto um gigante dormindo. A diferença está no trabalhar, e não no acordar’. Aparentemente, o gigante, o Brasil, acordou, mas ao invés de levantar da cama e ir trabalhar, foi ao bar tomar cachaça e olhar o papa de Ipanema desfilar.

Enfim, a marcha pra Jesus e a visita do papa provam por todos os meios que a mentalidade cristã brasileira ainda é profundamente medieval, supersticiosa, e não tem o discernimento de prioridades que o Evangelho traz ao homem.

Como Francisco mesmo disse, o papa é argentino e Deus é brasileiro. Mas eu é que não quero um Deus preguiçoso e um papa que faz gol com a mão! 

O meu Deus chora com essas multidões que se mobilizam para idolatrar carne e osso à custa de recursos que poderiam tirar milhares da miséria – e essa crítica vale a católicos e evangélicos!

Guilherme Adriano

Vamos lembrar disso aqui: