Em latim, ego significa eu,
enquanto que o sufixo –ismo geralmente indica uma
ideologia, como em aristotelismo e marxismo, ou uma doutrina religiosa, como em
cristianismo e islamismo. Assim sendo, egoísmo significa a
ideologia do eu, ou até a religião do eu. Enquanto
ideologia, ambos os pontos de partida e de chegada são eu; todos os meios servem
para eu
chegar a eu e concluir que eu é a resposta que eu
procurava. Já como religião, Eu é o deus adorado e cuja vontade é
feita pelo eu que o cultua e serve. O pensador, chamamo-lo de egoísta,
pois observa tudo da perspectiva do eu. E o religioso, de ególatra,
pois eu é a divindade que adora. O universo de
tais indivíduos fatalmente é egocêntrico, isso quer dizer que,
nele, corpos menores, como planetas, são atraídos pela força do eu,
e ao seu redor orbitam e a partir dele têm seus lugares celestiais definidos. O
egoísmo,
apesar de mui abrangente e com diversas definições e implicações, sabe conjugar
verbos somente em uma pessoa: eu quero, eu preciso, eu gosto, ad nauseam; no egoísmo,
nem nós
nem eles
cabem, só eu.
Descobri que para ter Cristo, preciso
abandonar tal filosofia e apostatar de tal fé. Segundo Jesus, não posso mais
pensar como egoístas pensam nem adorar como ególatras adoram. Li que
devo abandonar esses pensamentos e apostatar dessa fé – dói! A primeira lição
que aprendi com Jesus foi que existem mais pessoas para conjugação e outros
pronomes possessivos. Jesus ensinou que o Pai é nosso, e não meu,
disse assim: Pai nosso que estás no céu...venha a nós o vosso Reino e seja
feita a vossa vontade...o pão nosso de cada dia nos
dai hoje, e perdoai as nossas ofensas assim como nós
perdoamos nossos devedores...não nos deixei cair em tentação, mas
livra-nos do mal. Depois de Cristo, não posso ma...oops, não podemos
mais começar todas as frases com ego.
Depois de descobrir o Evangelho, tentei
conversar com outros ainda seguidores de filosofias e religiões adeptas do egoísmo,
mas eles não entendem o que digo...parece que não conseguem enxergar outros
pronomes! Mas entendo, pois, como eles, também espremi até a última gota das
doutrinas e reflexões egoístas buscando a verdade dentro
do eu,
até o dia que encontrei, ao invés de verdade, mentiras envolvendo o ego.
Ah, eu, esse pensadorzinho
falso! Eu, esse deusinho enganoso! Quando cheguei ao âmago do egoísmo,
lá onde o eu habita, descobri que eu mentia. Que eu era mais que um
pronome, mas um ser de vontade insaciável e de pensamento raso. O grande eu
mentia para mim! Aliás, descobri que eu era a razão de meus problemas!
Que eu
roubava! Que eu me escondia da verdade! Que eu era mau! Porém mais
importante, ficou claro que eu, aquela entidade falsa, me
enganava! Eu roubava todo meu dinheiro, tempo e saúde e as gastava com
coisas fúteis que me prejudicavam! Eu me enganava porque eu queria
toda gloria e honra! Eu queria ser Senhor! Mas depois de
conhecer Cristo, descobri que eu deveria morrer e ceder o trono a
Ele, o único que pode propriamente dizer EU SOU. Enquanto que os antigos
pensadores e religiosos egoístas sempre me disseram que eu
era o deus verdadeiro, Jesus Cristo mandou crucificá-lo, tomar a cruz onde eu
estava pregado e segui-lo!
Guilherme Adriano
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